15.10.09

Feliz e trililante, em mais uma saga primaveril, eu trazia compras para la mia casita.

Pois não é que um simpático oriental abriu a porta para mim, se sentiu comovido e resolveu me ajudar até o meu andar ?

Aceitei constrangida a tal ajuda, porém principalmente baseada em um fato. Não, as compras não estavam tão pesadas assim.

Havia, no meu corredor, uma enorme/obesa/verde-amarronzada cigarra de cabeça para baixo.

Comentei tal fato com o meu salvador de dedos esmagados pelos sacos de compras. Ele apenas riu e disse:

- " Que besteira, esses seres nem atacam. "
- " Não atacam. Okay. Só pensam que você é uma árvore e grudam."
- " Hahaha. Mas não são nada nocivos. "
- " Pois vá você do meu lado direito, no qual ela se encontra, enquanto me arrasto pelo lado esquerdo do corredor."

Ele me encarou com um ar de certo arrependimento por ter ajudado alguém tão freak. Porém, todavia, chegamos no meu andar. Ao abrir o elevador, berrei:

- " GAH ! "
- " Oh, mas oq há ? "
- " Gasp, a cigarra tá de cabeça pra cima ! Coisa que significa que ela está . . . VIVA ! "

Neste momento, uma música de terror tocou em minha mente, algo que provavelmente não rolou na cabeça do japa que, masculamente riu e assumiu minha direita.

Fechei os olhos com força e colei na parede esquerda do corredor, para que o trauma passasse rápido até que . . .

- "TZÉEEEEEEEEEEECULHECTECPUTECHASDU"
- "wóoOOOOHOOOO !" - (grito de horror oriental)

Enquanto eu me debatia pelas paredes em extremo pânico, o príncipe charmoso, após declamar "não é que as filhas da puta atacam mesmo ?", a saiu chutando violentamente para fora do meu caminho, em direção ao corredor oposto ao do meu apê.

E lá, de cabeça para cima, após estalos-contorcidos-característicos-das-cigarras-de-dor, ela ficou.

Agradeci tal salvamento duplo ao galante rapaz e ele se foi.

Porém, lá ela ficou. E vários dias depois, de lá, ela me encarou.

Imóvel. Estátua. Virada para cima.
Até desaparecer em algum saco de lixo.

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