29.10.08

Campanha Faça Você Também Parte da Extinção das Cigarras :

- Atente para todos os itens contra o aquecimento global. Precisamos de chuva, pois com ela, as cigarras se vão mais cedo sem motivo aparente.

- Derrube as árvores brasilienses. Parece contraditório com o item anterior, mas note que proponho uma derrubada consciente. Cada árvore caída em bsb, deverá ser plantada ao redor da cidade. Só por uns tempos.

- Todo o chão de terra deverá ser 'tampado', para que de fato sejamos a "cidade de concreto".

- Soltem seus pássaros-grande-o-suficiente-para-comerem-cigarras. Sei que já deviam ter feito tal coisa, porém agora, mais do que nunca.

- Os casais devem procriar. Cadê as crianças catadoras de cigarras que tanto haviam na minha época ? Jesus.

Agradeço a atenção.

I'm dreaming of a grey wednesday !

.Q.U.E.C.A.L.O.R.

ps:
- meus bonecos do kinderovo que mudam de cor com o calor da fricção dos dedos em suas partes estão todos mudados de cor naturalmente. freak.
- não há mais a necessidade de ligar a eletricidade para a água sair quente, experimente.

medo ?

get the fuck out of my heart

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cómufás?

27.10.08

Algumas coisas simples são fortemente difíceis.

Paradoxal mas factual.

Atitudes que não cabem em uma convivência social, por exemplo. Por mais burocrático e chato e bla bla bla que qualquer um queira anarquicamente mencionar, é uma verdade ! Tem atitudes que não cabem em um meio social, o que pode até mudar com o tempo de acordo com uma série de fatores, mas em determinado momento aquilo simplesmente é. Simples, não é ?

Pois não. 

Vamos falar de maçãs. Digamos que há uma maçã que quer caber em um meio social, um cesto, mas não quer adaptar suas atitudes. E fica ali no meio. Meio podre.

Ela era de fato uma maçã bonita e atraente, por isso até bem quista pelo cesto em questão. Porém, uma que queria se manter fedida. Os atuadores do cesto se incomodaram com o odor e coube a eles formular a decisão de jogá-la para fora. 

E ela que até queria estar ali com eles também, afinal o cesto era produtivo e a adaptação de cheiro não a feria, de fato. Era puro fanfarronismo, pura simplicidade de querer estar ali mas não ser atriz e modificar-se, sabe ?

Aí foi vomitada do cesto, simplesmente. Era claro que ela ali não cabia, afinal.

Era simples para ela ser uma maçã cheirosa ao olfato do cesto, difícil foi fazê-lo efetivamente.
Simples era a decisão de sua remoção. Tão difícil foi executá-la.

entende ?
:~
Não, seres. As cigarras não me levaram na vida real, apesar de elas ainda estarem fazendo parte da minha existência de forma intensa e aparentemente não quererem deixar a cidade. Elas E as baratas, obrigada.

Estou por aqui sim. Com muito calor, como muitos brasilienses. Acordando dentro de um forno, ao som de insetos apocalípticos ainda, sim.

Delírios sobre os coros do musical do Queen advém durante tal processo sonoro. Pensamentos sobre placa de áudio, powerclick, sullivans e mary bredams flutuam em minha mente que atualmente também se encontra gripada, gripando também as cordas vocais que agora tossem. Cof.

Cof.

A gravidez do salmão já deus seus frutos e atualmente tudo é festa. Mentira. Tudo é calor. Só calor.

Calor de Rio de Janeiro. Não. Pior, pois ao menos o calor do RJ é úmido e com praia E sem cigarras. Oh Deus, oq fizemos de errado ? Bwaaah Bwaaah.

Dessa vez assumo que isso não foi um vômito textual baseado no vinho, porém só e somente baseado no super aquecimento do ar que cerca meu corpo e o de demais habitantes da cidade, sugando nossa água, assim como o álcool o faz.

ps: Dá-lhe dá-lhe nenseee, vamos gaaaanhar. sou do time tantas vezes campeãaao. lalala
ps2: Os comentários voltaram. Momentaneamente. É pq uma ou outra mosca queria demonstrar opinião, e eu devo admitir que acho isso fofo.

me esvaio.

Ana di Vaio

22.10.08

Constatação : cabelereiros de um modo geral não sabem pintar um cabelo de vermelho / ruivo

Sim, porque, convenhamos, a quantidade de vinho bizarro que eu já ganhei após pedir um vermelhão lindo e também que já vi em demais seres humanos pelas ruas que se dizem ruivos, não está no gibi !

Eu, ingênua, achava que havia finalmente encontrado a cabelereira da minha vida no ramo atualizadora de raízes cor-ruivo-natural na base do tonalizante, afinal ela já havia acertado tal façanha duas vezes. Porém, segue o diálogo:

- Oi ! Vim fazer o mesmo de sempre ! Você lembra as cores dos tonalizantes néee ?
- Mas é claaaaro que sim ! 

cha la la, ambiente comercial de casa feliz.

O cabelo foi pintado, e muitas mulheres sabem como o processo é chato. Você sabe que seu cabelo está morrendo, que ele está sendo sufocado pela tinta, que você vai ter que hidratá-lo depois, que sua escova progressiva vai ficar esquisita, fora a grana e tempo investidos, enfim, mil coisas. Mas tudo por uma boa causa. Você terá a SUA cor.

Então, o cabelo foi lavado. Após sair do lavabo, notei que ele estava mais escuro, mas torci para que fosse apenas a impressão que o cabelo molhado normalmente dá.

O cabelo é secado. A cor vinho grita e diz que veio para ficar.

GODAMN IT .

A sorte do pescoço da cabelereira em questão é que era tonalizante, e por isso, após 3 lavadas ele já se encontra num vermelho mais aberto, mas na hora, PQP de DEJAVU maldito ! (desculpa, mas a necessidade de descarregar é necessária).

Do they always have to screw it up ?

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I rest my case. adeus. adeus.

21.10.08

Querida Qui,

As cigarras parecem estar estabelecendo um acordo de paz com os céus. Você pode notar, Qui, que tuas páginas se encontram mais úmidas graças a presença de chuva em nossa cidade. 

Ainda não descobrimos exatamente o motivo de tal acontecimento, mas arrisco dizer que tenha algo a ver com o bafo do Lula.

Devo dizer que finalmente tenho esperanças de caminhar nas ruas sem medo de iminentes debatências plásticas em meu corpo, de xixis decaintes dos céus, de sons ardidos, infernais e estressantes, de ferir meu olhar com criaturas HORRENDAS, de simplesmente ser feliz.

Obrigada, Qui, por me acompanhar durante todos esses terrores.

da sua, Ana

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este foi o último escrito de Ana, quando as cigarras entraram em seu quarto e apenas seu diário foi encontrado. Ana desapareceu justamente 2 semanas antes das cigarras hibernarem terrestremente. God bless her wherever she is.

ps: temática mágica para aqueles que notaram a homenagem parodística ao livro o Diário de Anne Frank :D

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18.10.08

Querida Qui,

As cigarras podem estar acordadas até agora, porém compensatoriamente na minha vida foi introduzido um novo alimento suculento : carne seca com abóbora. Reconfortante.

obrigada, Deus.

da sua, Ana

17.10.08

Querido Diário,

posso te chamar de Quiméria ? Pois bem, Qui, me encontro em casa, isolada pela porta do quarto e janela fechados para tentar me sentir menos cercada de cigarras e seu som do centro da terra.

Resolvi, para lidar melhor com tais traumas, escrever alguns pensamentos aleatórios que me fazem sentir mais forte do que os gosmentos seres:

- Pesquisando pela internet, descobri que a espécie de cigarras pragueando Brasília é a Magicicada. Não é mágico ?

- São só os machos que cantam. O que é teoricamente aliviador a partir do momento que o caos seria duplicado se fossem as fêmeas, e triplicado se fossem ambos. Ufa.

- Dizem que elas 'vivem' dentro da terra por até 17 anos, para depois subirem nos meses quentes e virarem os monstros cantantes que habitam as árvores. Isso torna a existência delas com algum propósito considerável, a partir do momento que elas não vivem só por 1 mês, como muitos seres pensam. Né ? :D

Oi !


- Por isso, considero acimentar todo o solo brasiliense e mantê-lo assim pelos próximos 20 anos, para extinguir tal besta. Vou arrecadar fundos, Qui, me aguarde.

15.10.08

Querido Diário, 

Após conseguir fugir sagazmente das cigarras mensageiras, pude entrar aqui e relatar que ontem a noite, juro, em torno da meia-noite, elas estavam . . . conspirando.

Sim.

Elas estalavam aqueles cantos aleatoriamente, uma comunicando com a outra, em notas variadas. Elas não dormiram a noite inteira.

Nunca havia presenciado tal situação e confesso que fiquei assustada.

Com o pouco que pude aprender com a comunicação cigarrística anterior, consegui ouvir algo sobre o controle delas sobre a escassez da chuva e consequente vitória de sua espécie ao então conseguir existir durante o ano inteiro, e não só na primavera. 

Oh meu Deus. Tremo ao escrever tais palavras.
 
Não sei quanto tempo hei de sobreviver após compartilhar tal informação com você, caro diário, elas parecem estar cientes de tudo.

tudo.

da sua, Ana.

13.10.08

ziiiiiiii.
zi zi ziii zi zi zii !

zo zo zo zo zo zo óoooooooooooh,
zi zi zi ziiiiiru ziiiiru ziiiiru ziiiiru.

cof... diário, as cigarras dominaram tudo e agora elas querem que eu traduza essa mensagem mas elas nunca vão me dobrar ! NUNC

12.10.08

Querido Diário,

Hoje uma cigarra me seguiu até a portaria. Consegui entrar no elevador a tempo, mas não sei até quando hei de resistir.

Pela manhã, uma pequena entrou por uma fresta na minha tela. Coisa que foi de fato anormal. Acho que elas cavucam com suas patas pontudas para forçar a entrada, o que é sinceramente aterrorizante.

Elas me querem, diário, e eu ainda não descobri o porquê.

aguarde notícias,

sua Ana

9.10.08

Querido Diário,

Hoje meu estado emocional se encontra abalado. Enquanto eu descia com minha cã, as cigarras pousadas na árvore ao meu redor pareciam cantar para mim. Sim, porque cigarras têm variados tipos de canto, porém o que elas escolheram cantar enquanto eu passava, era um que parecia batida de coração. Tipo um suspense para um iminente ataque.

Enquanto meu coração acompanhava a batida daquele canto, asas com barulho de plástico vagabundo se debatiam em algum ambiente próximo.

Assustada fiquei, porém levemente tranquila ao perceber pelo meu instinto animal que ela se encontrava relativamente longe.

Enquanto passavam todas essas informações em minha mente, notei que me encontrava em uma posição corporal contraída e de certa forma engraçada, ao perceber que o porteiro me olhava intrigado.

- Ah. Errr. . rê rê... é que eu ouvi uma cigarra se debatendo.
- Cigarra ? Ah, ela tá ali oh.

E apanhou uma vassoura para cutucá-la. Cara, alguns seres humanos simplesmente não percebem o perigo dessa ação.

Pessoas, não - se - cutuca - um - ser - que - voa.

Por que ? Há algo pior do que um ser que voa se debatendo de cabeça para baixo ? SIM. Quando ele é virado de cabeça para cima e voa para se debater em você.

Gente. Sério. Sério.

Eu ? Olhei para baixo para não avistar o resultado daquela impensada atitude, acelerei muito meu passo, chamando a cã para me acompanhar o mais longe o possível do solícito porteiro.

Amém.

Da sua, Ana.

8.10.08

Você sabe que está cansada / confusa / estressada ou simplesmente caduca quando:

. tenta trancar a porta de casa com o botão de alarme do carro.

thanks.
Querido Diário,

- Hoje as cigarras cantaram a sinfonia do inferno.
- Tem um besouro marrom pernudo na garagem ao lado do carro, virado de cabeça para baixo. Tentarei acompanhar seus movimentos cautelosamente para não sofrer um ataque quando desprevenida ou simplesmente senti-lo espocar (é grande :/) debaixo do meu pé.

da sua, Ana
Querido Diário,

Segunda-feira a noite, uma barata entrou voando na minha casa. Não sei como, afinal moro num ambiente constantemente detetizado, no quinto andar e com tela na janela. Um amigo, porém, me consolou ao dizer que um ser que sobrevive a arma nuclear é pretty much capaz de tudo.

Ela, o ser nuclear, entrou voando pela cozinha enquanto eu comia meu mingau. Na hora pensei que era uma borboleta marrom, então continuei sentada com um certo nojinho, mas a comer. Meu irmão, porém, notou e alertou a família da presença de tal animal enorme pousado no liquidificador. Uma besta. Marrom. Com olhos no seu casco indestrutível.

O ser mais corajoso da casa (minha mãe) tampou o liquidificador, sacudiu-o até a barata cair na água já ali existente e "morrer" afogada perto do lixão do lado de fora do apê. Sim porque nunca ninguém mais ia querer tomar algo naquele liquidificador. E sim, "morrer". Porque sinceramente não duvido que ela ainda esteja viva, sobrevivendo ao afogamento simplesmente para assustar outros seres inocentes.

Eu, no quarto fechado, sobrevivi bem a tal batalha, obrigada, querido diário.

Terça-Feira, porém, estava fazendo aula de jazz, sagaz, com pliê, saltos, e piruetas incríveis, quando todos os besouros do mundo resolveram simplesmente invadir o recinto, e voar em rodopios debatentes.

Era assustador pensar como Deus criou um ser tão sem sentido. Que rodopia ao voar bebadamente, e acaba virando de cabeça para baixo, demorando cem anos para desvirar, enfim, sabe ? Mas aí lembrei que o ser humano também faz muito dessas coisas, de se meter em enrascadas ou de simplesmente rodopiar sem sair do lugar. Então fiquei mais tranquila.

Diário, um deles, enquanto eu compartilhava com a turma o relato da barata, simplesmente pousou no meu rabo-de-cavalo.

Após um terror, com frio na espinha seguido de mal de parkinson, eu fui salva por um peteleco de uma das integrantes da sala. E eu passo bem, obrigada.

Bom, vejo que esta saga primaveril será longa, querido diário.
I'll try to keep in touch.
xx

7.10.08

Pois criei uma reza para recitar todos os dias antes de sair de casa, e estar sempre protegida contra o mal que me cerca:

Bom dia, mãe-natureza !
Por mais um dia faço essa reza
para que nesta primavera
eu saia ilesa

os besouros
que triplicam de tamanho
e tanto habitam nossos chãos em tal época
evitem existir embaixo dos meus sapatos
quando caminho e eles eventualmente ali estalam

as cigarras
podem sim cantar em tamanha estridência
mas que evitem voar desgovernadamente
e bater em nossas cabeças

evitem também
colar na tela da minha janela
para reverberar seu canto em minha casa
e revelar seu corpanzil exposto verticalmente
ao abrirmos a cortina para retirá-la

e as baratas
que nos mais variados tamanhos,
nessa época, tanto se inspiram que voam
habitando na superfície da terra
(e não abaixo dela)

Mãe, que todos eles possam se conter
e evitar compartilhar tais momentos mágicos
com seres humanos que se tornam o oposto de tolerantes
quando em contato com esses singulares
seres sem ossos

Amém

2.10.08

my eyes are burning
my ears are bleeding
my mouth, just speeeeech

less.