Querido Diário,
Segunda-feira a noite, uma barata entrou voando na minha casa. Não sei como, afinal moro num ambiente constantemente detetizado, no quinto andar e com tela na janela. Um amigo, porém, me consolou ao dizer que um ser que sobrevive a arma nuclear é pretty much capaz de tudo.
Ela, o ser nuclear, entrou voando pela cozinha enquanto eu comia meu mingau. Na hora pensei que era uma borboleta marrom, então continuei sentada com um certo nojinho, mas a comer. Meu irmão, porém, notou e alertou a família da presença de tal animal enorme pousado no liquidificador. Uma besta. Marrom. Com olhos no seu casco indestrutível.
O ser mais corajoso da casa (minha mãe) tampou o liquidificador, sacudiu-o até a barata cair na água já ali existente e "morrer" afogada perto do lixão do lado de fora do apê. Sim porque nunca ninguém mais ia querer tomar algo naquele liquidificador. E sim, "morrer". Porque sinceramente não duvido que ela ainda esteja viva, sobrevivendo ao afogamento simplesmente para assustar outros seres inocentes.
Eu, no quarto fechado, sobrevivi bem a tal batalha, obrigada, querido diário.
Terça-Feira, porém, estava fazendo aula de jazz, sagaz, com pliê, saltos, e piruetas incríveis, quando todos os besouros do mundo resolveram simplesmente invadir o recinto, e voar em rodopios debatentes.
Era assustador pensar como Deus criou um ser tão sem sentido. Que rodopia ao voar bebadamente, e acaba virando de cabeça para baixo, demorando cem anos para desvirar, enfim, sabe ? Mas aí lembrei que o ser humano também faz muito dessas coisas, de se meter em enrascadas ou de simplesmente rodopiar sem sair do lugar. Então fiquei mais tranquila.
Diário, um deles, enquanto eu compartilhava com a turma o relato da barata, simplesmente pousou no meu rabo-de-cavalo.
Após um terror, com frio na espinha seguido de mal de parkinson, eu fui salva por um peteleco de uma das integrantes da sala. E eu passo bem, obrigada.
Bom, vejo que esta saga primaveril será longa, querido diário.
I'll try to keep in touch.
xx
Segunda-feira a noite, uma barata entrou voando na minha casa. Não sei como, afinal moro num ambiente constantemente detetizado, no quinto andar e com tela na janela. Um amigo, porém, me consolou ao dizer que um ser que sobrevive a arma nuclear é pretty much capaz de tudo.
Ela, o ser nuclear, entrou voando pela cozinha enquanto eu comia meu mingau. Na hora pensei que era uma borboleta marrom, então continuei sentada com um certo nojinho, mas a comer. Meu irmão, porém, notou e alertou a família da presença de tal animal enorme pousado no liquidificador. Uma besta. Marrom. Com olhos no seu casco indestrutível.
O ser mais corajoso da casa (minha mãe) tampou o liquidificador, sacudiu-o até a barata cair na água já ali existente e "morrer" afogada perto do lixão do lado de fora do apê. Sim porque nunca ninguém mais ia querer tomar algo naquele liquidificador. E sim, "morrer". Porque sinceramente não duvido que ela ainda esteja viva, sobrevivendo ao afogamento simplesmente para assustar outros seres inocentes.
Eu, no quarto fechado, sobrevivi bem a tal batalha, obrigada, querido diário.
Terça-Feira, porém, estava fazendo aula de jazz, sagaz, com pliê, saltos, e piruetas incríveis, quando todos os besouros do mundo resolveram simplesmente invadir o recinto, e voar em rodopios debatentes.
Era assustador pensar como Deus criou um ser tão sem sentido. Que rodopia ao voar bebadamente, e acaba virando de cabeça para baixo, demorando cem anos para desvirar, enfim, sabe ? Mas aí lembrei que o ser humano também faz muito dessas coisas, de se meter em enrascadas ou de simplesmente rodopiar sem sair do lugar. Então fiquei mais tranquila.
Diário, um deles, enquanto eu compartilhava com a turma o relato da barata, simplesmente pousou no meu rabo-de-cavalo.
Após um terror, com frio na espinha seguido de mal de parkinson, eu fui salva por um peteleco de uma das integrantes da sala. E eu passo bem, obrigada.
Bom, vejo que esta saga primaveril será longa, querido diário.
I'll try to keep in touch.
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